O senador licenciado Blairo Maggi (PR), sócio do Grupo
Amaggi, está articulando junto com as multinacionais Bunge, Cargill e Dreyfus,
para que Mato Grosso tenha, no futuro, quatro ferrovias para escoamento da
safra agrícola do Estado.
A proposta está sendo apresentada ao governo federal e prevê
mudanças substanciais ao que fora projetado até agora. Caso a empreitada tenha
êxito, as regiões Norte, Sul, Leste e Oeste mato-grossense passariam a ter
linha férrea para dar vazão à safra agrícola.
Conforme Blairo Maggi, a proposta consiste em colocar uma
ferrovia ligando Sinop – no Nortão - ao Porto de Miritituba, em Itaituba (PA),
outra conectando Sapezal – no Oeste – a Porto Velho (RO) e uma terceira criando
um caminho entre Água Boa – no Araguaia – até a Ferrovia Norte-Sul, em Goiás.
Junto com a Ferronorte, em Rondonópolis, essa malha ferroviária atenderia “os
quatro cantos” de Mato Grosso.
Nesse cenário, a Ferrovia da Integração do Centro-Oeste
(Fico) não iria mais a Lucas do Rio Verde (350 km de Cuiabá). O governo federal
está preparando o edital para concessão da Fico, mas ainda não o lançou.
“Seriam três ramais de ferrovias indo em direção aos rios do Norte. Em vez de
termos uma linha vindo Leste-Oeste, teríamos três subindo, mais a ALL embaixo.
Mato Grosso sairia por quatro ferrovias, em direção a dois rios amazônicos, São
Luiz do Maranhão e Santos”, disse Maggi, ao Globo Rural.
O senador garantiu que as empresas proponentes (Amaggi,
Bunge, Cargill e Dreyfus) têm interesse nos projetos. Somente no trecho entre
Sinop e Miritituba seriam investidos R$ 6 bilhões. “Seria neste modelo que o
Governo Federal está propondo hoje. O Estado financiar este pacote de
investimento, depois ter outro operador independente. E tem empresas ávidas por
este investimento”, comentou Blairo.
Um grupo de representantes das multinacionais esteve junto
com Blairo, esta semana, no Ministério dos Transportes, apresentando a ideia.
Conforme o senador licenciado, o governo federal deve lançar este projeto e
serão feitos estudos de implantação das ferrovias. A primeira delas seria
Sinop-Miritituba, paralela à BR-163. “Nós contratamos uma empresa que realizou
estudos que mostram ser muito clara a competitividade desta linha, que sai da
região produtora de grãos, chega à hidrovia e, de lá, vai para o navio. É algo
muito competitivo”, pontuou.
Maggi finalizou a entrevista afirmando que o governo está
muito interessado. “Há uma decisão do governo em fazer e se houver, do outro
lado, empresas que possam liderar estes investimentos, eu não tenho dúvida
alguma de que faremos isso muito rápido. Isso não significa que quem está à
frente, provocando, seja o tomador, o investidor do processo. Eu penso até que
virão outros investidores, uma vez que a carga estará disponível. Ora, se você
tem carga, você tem quem vai pagar a conta. É uma questão de administração e de
planejamento”.
Fonte: Olhar Direto
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