segunda-feira, 17 de junho de 2013

surucucu pico-de-jaca



Rafael Ferreira
13 de Junho de 2013


A surucucu (Lachesis muta) é a maior serpente venenosa do hemisfério ocidental e uma das maiores do mundo, podendo atingir até 4,5m de comprimento e suas presas medem 3,5cm. Pode ser encontrada em toda a América do Sul (incluindo a ilha de Trinidad, na República de Trinidad e Tobago).

No Brasil, habita florestas densas, principalmente na Amazônia, mas há registros de sua presença em áreas isoladas de resquícios de Mata Atlântica dos estados do nordeste, do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.

A vocação para mito está até em seu nome científico, Lachesis muta: Lachesis é uma referência, uma das Moiras, as três irmãs da mitológia gregas que decidiam o destino dos seres humanos e deuses. Muta ("muda" em latim) faz referência à vibração da sua cauda que, similar à da cascavel, se diferencia por não ter ruído.
Ainda é conhecida por outros nomes, a depender do local: shushúpe (Peru),pucarara (Bolivia), cuaima (Venezuela), verrugoso (Colômbia) e in makka sneki ou makkaslang (Suriname).
Aqui, atende por surucucu pico-de-jaca, surucutinga, surucucutinga, surucucu-de-fogo e cobra-topete.

Sua cabeça é larga, se distinguindo do pescoço estreito. O focinho é arredondado. Seu corpo é marrom e marcado com formas losangos marrom-escuros, revestidos por faixas esverdeadas. Sua cauda não tem guizos, como a cascavel, mas quando esfregada contra a folhagem, um pequeno osso que possui no extremo da cauda produz um som. A surucucu dá sinal de que está incomodada: de comportamento agressivo, não aprecia invasores em seu território. 

Um animal de hábitos noturnos, se alimenta de pequenos animais e roedores. L. muta é capaz de identificar os animais que caça pelo calor, seguindo o seu rastro térmico. Este acurado sensor de calor é a membrana que reveste internamente as fossetas loreais (orifícios entre as narinas e os olhos). A espécie se reproduz entre os meses de outubro e março. o período de incubação dos ovos é de 76 a 79 dias (em cativeiro).

A Lachesis muta é comum nas suas áreas de ocorrência. Em contrapartida, a Lachesis muta rhombeata, uma subespécie endêmica da Mata Atlântica, caracterizada pelo corpo amarelo com desenhos negros, está ameaçada de extinção. A queda populacional desta subespécie se deve à redução e fragmentação do seu habitat em razão do desflorestamento. Ela está classificada como Vulnerável na Lista Vermelha daInternational Union for Conservation of Nature and Natural Resources (IUCN).




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