quinta-feira, 22 de abril de 2010

COMA CARNE E SALVE O PLANETA

Foto: Dinha Flores
A pecuária já foi acusada de ser a maior emissora de gases do efeito estufa. Mas duas novas pesquisas colocam a atividade no patamar de arma de combate ao aqueciomento global. A primeira é da Organização das Nações Unidas para a AGricultura (FAO) e afirma que boas pastagens armazenam 30% mais carbono no solo do que áreas de florestas e arbustos. O segundo é da Embrapa Gado de Corte e defende-se que, se há cinco árvores em crescimento em uma pastagem, elas captam todo o metano liberado pelo rúmen do animal. Assim, no Brasil, 80% das pastagens têm quatro a cinco árvores por hectare, então nossa pecuária tinha que ser premiada, ganhar royalties por sequestrar carbono, afirma Armindo Kishel, pesquisador da entidade.
Isso prova o quanto a verdade, nos dias atuais, não é absoluta. Foi o que aconteceu com a pecuária. Devido à emissão de metano, oriundo dos gases emitidos pelos bois, a atividade foi colocada na berlinda e acusada como a maior emissora dos gases do efeito estufa. Agora com recentes estudos alicerçados principalmente pela FAO e aqui no Brasil pela Embrapa, verifica-se o potencial da atividade. Em relação à matéria seca, um hectare de pastagens produz dez toneladas na parte aérea e outras quatro toneladas na parte radicular. Num bom manejo, o boi come cinco toneladas, ou seja, sobram nove toneladas de matéria seca que correspondem a quatro toneladas de carbono.Meia tonelada é sequestrada pelo solo e as outras 3,5 toneladas voltam para a atmosfera.
Trocando em miúdos, com os novos estudos, a pecuária brasileira sai da berlinda e ganha o status de arma no combate ao aquecimento global. Agora, o desafio é transformar 100% do pasto em pastagens bem cuidadas. Essa premissa, aliada ao bom manejo dos animais ajudaria a manter a fertilidade do solo e ainda neutralizar o carbono.
Nesse contexto, o boi de capim produzido no Brasil pode ser a salvação do planeta. E, para o bem da humanidade, talvez alguns vegetarianos tenham que passar a comer seu bifinho semanal.

Fonte: Revista Dinheiro Rural, março 2010.

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