O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou ontem dados relativos ao desmatamento na Amazônia Legal no mês de março de 2010. O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) registrou 76 quilômetros quadrados de desmatamento, o que representa aumento de 35% em relação a março de 2009, quando o desmatamento somava 57 quilômetros quadrados. O Estado do Pará aparece em primeiro lugar entre os que mais desmataram no mês de março deste ano, concentrando 45% do total de áreas desmatadas. Entre os dez municípios de maior incidência de desmatamento, seis estão no Pará.
Em março de 2010, o quadro do desmatamento na Amazônia Legal ficou assim distribuído: em primeiro lugar, o Pará, com 45% das áres desmatadas; em segundo lugar, Mato Grosso, com 39%; em terceiro, Rondônia (6%); seguido de Roraima (4%); Acre (4%); Amazonas (1%) e Tocantins (1%).
Os números do desmatamento no mês de março deste ano, por municípios da Amazônia Legal apontam que entre os dez mais desmatados, seis municípios estão no Pará: Moju, Tailândia, Monte Alegre, Novo Progresso, Rondon do Pará e Tomé-Açu. O pesquisador senior do Imazon, Adalberto Veríssimo, diz que o retorno do município de Tailândia ao topo do ranking do desmatamento surpreendeu os pesquisadores. Nos últimos dois anos, os índices de desmatamento de Tailândia tinham caído consideravelmente, disse Veríssimo, o que provoca surpresa essa volta em segundo lugar no quadro do desmatamento do Pará, com 4,8 quilômetros quadrados desmatados, perdendo apenas para o Moju, que aparece com um quadro de 6,4 quilômetros quadrados desmatados. A pecuária ostensiva para a agricultura de corte e a produção de carvão vegetal para abastecer as guzeiras de Marabá seriam os principais responsáveis pela volta de Tailândia ao quadro dos mais desmatados.
Por categoria fundiária, as estatísticas do Imazon apontam as áreas privadas, posses e terras não devolutas, como as mais afetadas pelo desmatamento, concentrando 70 quilômetros quadrados, o que representa um crescimento de 92% em relação da março de 2009. Uma boa notícia nas estatísticas é que as estatísticas indicam que não houve desmatamento em áreas indígenas. Já nas Unidades de Conservação em geral, tiveram desmatamento de quatro quilômetros quadrados. No Pará, a UC que sofreu maior desmatamento foi a Flota do Paru, com 1,3 quilômetro quadrado de área desmatada.
Amazônia.org/O Liberal
Quatro mil aumenta a responsabilidade!
ResponderExcluirPARABENS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
DE: A TRAGETORIA DA FUMAÇA - O ECO
ResponderExcluirLíderes da devastação
30/04/2010, 15:39
Olhando de fora, o desmatamento nas florestas tropicais brasileiras impressiona pelas dimensões. Mas um estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Science (PNAS) mostra que países como Canadá e Estados Unidos apresentaram, de 2000 a 2005, percentuais de corte de matas nativas (comparados ao que resta em cada nação) superiores à nossa média, que era, aliás, bem mais alta do que hoje em dia.
No mundo inteiro, foram perdidos mais de um milhão de quilômetros quadrados de florestas entre 2000 e 2005, sendo que 30% de tudo que foi dizimado ocorreram na América do Norte. Somando com a América do Sul, o continente inteiro foi responsável por metade da devastação no período. Em compensação, a Africa foi o continente que menos desmatou.
Levando em consideração os sete países do mundo que têm ainda mais de um milhão de km2 de florestas (Rússia, Brasil, Estados Unidos, Canadá, Indonésia, China e República Democrática do Congo), o Brasil foi o que mais perdeu florestas entre 2000 e 2005, cerca de 165 mil km2 em números absolutos, sem contar prejuízos com degradação florestal. Isso quer dizer cerca de 3.6% de tudo que havia em 2000, o mesmo índice da Indonésia.
O Canadá veio logo atrás, perdendo nos cinco anos analisados 160 mil km2 de florestas nativas, representando 5.2% de sua cobertura original. Mas os Estados Unidos desmataram em cinco anos 6% de seu patrimônio florestal, maior índice dos sete países, ainda que em termos absolutos o corte tenha ficado na casa dos 120 mil km2. Incêndios florestais, infestação de insetos no Alasca e no oeste do país estão entre as explicações para o resultado americano, que também sofreu com o impacto de grandes madeireiras no sudeste e no meio oeste.
Mesmo fora do ranking principal, o estudo destaca desmatamentos em larga escala na Malásia por causa da plantação de palma, Paraguai e Argentina por pressões de agricultura e Austrália, em função de queimadas