sexta-feira, 30 de setembro de 2011

UM PROJETO DE PECUÁRIA SUSTENTÁVEL NA AMAZÔNIA

O termo Pecuária Verde está deixando de ser apenas um slogan para tornar-se realidade em fazendas no nordeste do Pará. Um projeto com esse nome, lançado há quatro meses, deverá utilizar tecnologias de baixo impacto ambiental e triplicar a produtividade da pecuária apenas em áeas já abertas. Esse projeto, inicialmente financiado pelo Fundo Vale e coordenado pelo Sindicato Rural de Paragominas, ganhou no último dia 17 de agosto no Simpósio organizado pelo Fundo Vale durande a 45ª Agropec, um parceiro de peso, a Dow Agrosciences. A empresa irá cobrir 30% dos custos operacionais para efetivação do projeto. Com isso, espera-se recuperar 15 milhões de hectares de pastagens degradadas no Brasil nos próximos anos, contribuindo para a redução de 100 milhões de toneladas de CO2.
O projeto terá ainda a consultoria técnica dos professores Ricardo Ribeiro Rodrigues e Moacyr Corsi, ambos da Esalq (Escola Superior de Agriculrura Luiz de Queiroz)  e Mateus Paranhos da Unesp - Jaboticabal - SP. 
A primeira fase de implantação do projeto que já está em andamento consiste no diagnóstico dos sistemas de exploração pecuária das fazendas e seus passivos ambientais e conta com o apoio das ONGs - Amigos da Terra (acesso ao crédito e futura certificação), IMAZON (análise econômica do projeto) e TNC (mapeamento das fazendas). Esse modelo servirá para a definição de um sistema de bovinocultura sustentável, que deverá ser replicado em outros municípios do Pará e de outros Estados.
O mapeamento das áreas é importante pois indica que áreas não se prestam à exploração agropecuárias e podem ser regeneradas, para aumentar a reserva legal, em caso de déficit. Isso pode ser feito por meio de recuperação de grotas e áreas impróprias para uso. As APPs serão recuperadas naturalmente, apenas por meio do isolamento da área, pois a floresta tem alta capacidade de rebrota.
Para deixar que deixe  de ser apenas um ônus para o produtor e passe a gerar renda, a reserva será enriquecida com plantio de espécies nativas de alto valor econômico, para produção de madeira (como ipê roxo, mogno e freijó), de frutas (cacau, cupuaçu e taperebá) e substâncias medicinais (andiroba, copaíba e breu branco).
Em relação às áreas com aptidão agrícola, se iniciará o processo de intensificação em pequena parcela da fazenda, através de pastejo rotacionado, adubação dos pastos e manejo correto, além do emprego das práticas do bem-estar animal.

Fonte: Revista DBO, nº 371, setembro de 2011, págs. 140 e 142.

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