A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e o Programa
Municípios Verdes (PMV) anunciaram, na sede da Federação das Indústrias do Pará
(Fiepa), o embargo de 201 áreas irregularmente desmatadas no Pará, que
totalizam 101.832 hectares. O Diário oficial do Estado publicou, nesta
quinta-feira (20), Portaria com a lista dos desmatamentos ilegais, com a
identificação da localização de cada uma delas. A próxima lista será publicada
em dezembro.
A Lista do Desmatamento Ilegal (LDI) do Estado do Pará pode
ser acessada no site da Sema (www.sema.pa.gov.br/ldi). Nessa página, é possível saber com mais
detalhes o que é a lista, com mapas comparativos das áreas antes e depois do
desmatamento ilegal, e outros dados, como, por exemplo, os requisitos para sair
da lista e emissão de certificado negativo de desmatamento.
Além da Sema e PMV, estavam presentes, na Fiepa, o Instituto
de Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Instituto Brasileiro de Meio
Ambiente e dos de Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Ministério Público
Federal (MPF) e outras instituições. Durante o evento, foi oficializada a
composição de dois Grupos de Trabalho (GTs), um para Capacitações e outro para
o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) Verde.
Segundo o secretário de Meio Ambiente, José Alberto Colares,
haverá publicação sistemática de identificação de desmatamentos ilegais
executados a partir de 2008, fiscalização in loco e controle da Sema, através da Sala de Monitoramento, das imagens
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), para localização dos
crimes ambientais.
Ainda de acordo com o secretário, sem licenciamento ou
Cadastro Ambiental Rural (CAR), a área será automaticamente bloqueada e isso
impedirá o proprietário a qualquer acesso a benefícios públicos. Dessa maneira,
o Instituto de Terras do Pará (Iterpa) não poderá fazer regularização
ambiental, o sistema bancário não poderá aprovar financiamento e a Secretaria
da Fazenda (Sefa) não regularizará, do ponto de vista fiscal, o empreendimento.
“Então, a gente cria um fator de bloqueio ao avanço do desmatamento e brindamos
o empreendedor que respeita as regras do jogo, que tem o CAR e regularidade
fiscal e ambiental. Porque o que está havendo é uma concorrência desleal”,
enfatiza.
Justiniano Netto, secretário do Programa Municípios Verdes,
disse que a Lista do Desmatamento Ilegal é uma nova ferramenta para combater o
desmatamento, sobretudo o de origem especulativa, que invade terras públicas e
desmata, não faz o Cadastro Ambiental Rural e nem busca o licenciamento. “O
sentido da lista é endurecer o jogo com os especuladores, os desmatadores, mas
o outro lado da moeda é separar o joio do trigo, facilitar a vida do produtor
regular”, disse.
O desmatamento ilegal envolve um esquema sofisticado e
grandes investimentos na contratação de trabalhadores, movimentação de máquinas
e equipamentos, para construção de estradas e remoção da floresta, com
propósito especulativo e fundiário. O infrator avança e implanta alguma
atividade produtiva, geralmente a pecuária, para justificar a ocupação da área.
Ascom Sema
Justiniano Neto- Municípios Verdes |
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