O governo Federal decidiu autorizar o envio da Força de Segurança Nacional para dar apoio à operação de combate ao desmatamento ilegal em áreas de preservação ambiental na região de Novo Progresso, no Sudoeste do Pará. A decisão foi publicada nesta quarta, 30, no Diário Oficial da União, pela Portaria 3.107, de 29 de setembro de 2009. O artigo 4º da portaria dispõe que, “o uso de armas letais destina-se à legitima defesa dos oficiais e de terceiros”. A operação é uma tentativa de conter o avanço da criação de gado na região.Na semana passada os fiscais do Ibama que atuam na operação Boi Pirata II chegaram a anunciar que, numa vistoria de helicóptero, foi possível avistar a redução da quantidade de bois dentro da área da Floresta Nacional do Jamanxim (Flona Jamanxim). Segundo uma fonte do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, a divulgação foi uma forma de despistar os criadores clandestinos que continuam avançando na fronteira entre o Pará e o Mato Grosso.
“Vamos usar a força se necessário for”, informou esta fonte. Segundo ele, já foram identificadas mais de 100 mil cabeças de gado sendo criadas em área de preservação, no município de Novo Progresso. A Portaria Nº 3.107 dispõe ainda que a Força Nacional irá atuar, segundo solicitação, em apoio ao efetivo do Ibama nas ações de preservação da integridade física dos envolvidos na questão, além de “desenvolver ações de polícia ostensiva na respectiva área no sentido de coibir o desmatamento ilegal”. O número de policiais envolvidos não foi informado pelo Ibama ou pelo Ministério da Justiça.
Mais R$ 6,1 milhões em multas foram aplicados nos últimos dias na Operação Boi Pirata II, elevando o total para R$ 128,5 milhões desde o início da operação, em junho. No último sábado, 26, os fiscais impediram o desmatamento de 211,7 hectares de floresta amazônica, o equivalente a cerca de 210 campos de futebol, numa das áreas mais preservadas da região de Novo Progresso, na divisa com Altamira, no sudoeste do Pará. Os agentes chegaram de helicóptero ao interior da mata, onde flagraram dois homens fazendo o corte de árvores centenárias.
Na ação, foram apreendidos 60 m3 de madeira em tora, quantidade suficiente para encher três caminhões, além de dois tratores e três motosserras. O dono da propriedade, que ficou embargada para permitir a regeneração da vegetação, poderá ser multado em cerca de R$ 1 milhão por danificar a flora nativa sem licença ambiental.
(Diário do Pará, Quinta-feira, 01/10/2009)
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