quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Desmatamento despenca depois de operação Castanheira.

MPF/PA pede manutenção de prisões de quadrilha responsável por desmatamento na Amazônia. 

Alertas do sistema Deter na semana seguinte à operação Castanheira mostram a importância da ação contra quadrilhas dedicadas à grilagem e desmatamento.

O Ministério Público Federal no Pará (MPF/PA) solicitou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) uma análise dos dados mais recentes de desmatamento no Pará, para medir o impacto da operação Castanheira, que investigou e prendeu preventivamente os integrantes de uma das maiores quadrilhas de grileiros e desmatadores em atuação na região. O resultado da operação é visível nos alertas do Deter, sistema que emite avisos para os fiscais quando os desmatamentos estão ocorrendo. 


A operação ocorreu no dia 27 de agosto, quando a taxa de desmatamento em uma semana era de mais de 3.400 hectares. Na semana seguinte às prisões, o número despencou para menos de 900 hectares. E na primeira semana de setembro, o Deter registrou desmatamento zero, um evento muito raro, ainda mais em um mês de pleno verão amazônico, quando o desmatamento costuma ser mais alto. Enquanto em agosto a área desmatada pode ter chegado a mais de 33 mil hectares, em setembro, depois da operação e até agora, nenhum alerta foi registrado pelo monitoramento por satélite. 

Os responsáveis pela investigação  além do MPF e Ibama, Polícia Federal e Receita Federal – avisam que outras quadrilhas que atuam com desmatamento e grilagem devem ser investigadas e presas, principalmente no Pará, onde ainda se concentra grande parte do desmatamento ilegal. Em pareceres enviados à Justiça Federal de Itaituba, onde corre o processo da operação Castanheira, o MPF opinou pela manutenção de oito pessoas presas. Outros seis integrantes da quadrilha que atuava na BR-163 estão foragidos e devem ser incluídos na Difusão Vermelha da Interpol, uma lista de procurados que é difundida para todas as polícias do mundo. 

Entre os foragidos, um corretor de imóveis que atua no Paraná – vamos identificá-lo apenas pelas iniciais WAG - é um bom exemplo de como atuava a quadrilha e de como se dá atualmente o desmatamento na Amazônia. O acusado integrava o esquema negociando as terras desmatadas e griladas na região da BR-163. Ele fazia todo o trabalho de corretagem sem nunca pisar no Pará. Sem sair do Paraná, ele propagandeava as terras como boas para plantar soja ou criar gado e ainda baratas porque não foi concluído o asfaltamento da rodovia. Com a conclusão do asfaltamento, dizia aos potenciais clientes, as terras teriam grande valorização. 

O acusado tentava demonstrar as vantagens do negócio aos clientes explicando que as terras que oferecia já tinham sido devastadas, com retirada total da vegetação e duas ou três queimadas. Ele dizia que a mão de obra na região era muito barata para se concluir o plantio. Quando os clientes perguntavam sobre a documentação das terras, ele deixava claro que não existiam escrituras, apenas contratos de gaveta. E ensinava o caminho para dar aparência de legalidade às terras griladas: fazer protocolo no cadastro do Incra (Instituto de Colonização e Reforma Agrária), protocolo no cadastro do programa Terra Legal, inscrição no Cadastro Ambiental Rural e outras providências para “esquentar” os documentos. Com esse esquema, a quadrilha chegava a negociar fazendas por mais de R$ 20 milhões. 



Os presos - inclusive os que foram encontrados em São Paulo, Paraná e Mato Grosso - foram trazidos para Belém. Na Justiça Federal de Itaituba, na divisa do pará com o Mato Grosso, eles devem responder a processos por invasão de terras públicas, furto, sonegação fiscal, crimes ambientais, falsificação de documentos, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas de todos esses crimes podem ultrapassar os 50 anos de prisão.


Ministério Público Federal no Pará
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(91) 3299-0148 / 3299-0177 / 8403-9943 / 8402-2708
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http://twitter.com/MPF_PA



11 comentários:

  1. Dinha, acmonpanhamos as suas postagens sobre a operação castanheira da PF. Aqui no Paraná somos pelo menos 80 pessoas desempregadas devido ao fechamento da empresa de 30 anos de existencia e boa conduta de WAG como você postou. O desmatamento, a grilagem é ilegal sim, mais será que o MP tem idédia de que em uma cidade de 100 mil habitantes, somos 80 pais e mães de familia que estamos desempregados, sem salários....
    O Sr. WAP sempre foi um excelente patrão.. na empresa dele tem funcionarios de 28 anos, 20 anos, 16 anos.... Penso que o MP deveria olhar também os prós do acusado e não apenas os contras, mesmo desempregado e sem nenhum dinheiro no bolso ainda acredito na honestidade dele....

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  2. O Senhor WILSON APARECIDO GOMES que teve a prisão preventiva decretada poderá na Justiça provar seu grau de culpa ou não nos crimes a ele atribuídos.

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  3. Dinha, mas até que se prove sua inocência, o que esses funcionários farão para sobreviver ? Esta empresa de quase 30 anos está sendo tratada de empresa de fachada, usada para lavar dinheiro..... que absurdo!

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  4. Pois é Dinha até provar seu grau de culpa ,ficamos aqui no Paraná c/ 80 funcionarios desempregados diretamente e chegamos a próximo de 400 pessoas indiretamente que dependiam dessa empresa que estava a 30anos no mercado atuando sempre com honestidade e respeito c/ seus clientes,fornecedores e colaboradores...isso é revoltante !!! Mas acreditamos que a justiça será feita e tomara q a PF realmente consiga prender os verdadeiros culpados e criminosos que estão ai tão perto por tantos anos atuando descaradamente nessa região!!!

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  5. Dinha, tem muitas informações que estão sendo postadas que são erroneas, creio que as pessoas deveriam ter mais prudência e não ficar criando coisas pra ter ibope, somos mtas famílias em situação crítica, sem trabalho, sem salário, e anos de trabalhos sendo acusado de empresa de fachada...um absurdo!!!

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  6. A justiça,incluindo a do trabalho,assegura os direitos dos cidadãos e trabalhadores até mesmo de empresas ilícitas.

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    1. espero que seja rápida, as pessoas trabalham porque precisam, a PF age rápido nesses casos, com políticos não faz isso, o atual governo mesmo, já deveria estar todo na prisão.

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    2. dinha, espero que o MP aja rápido, para resolver essa situação logo e quem estiver isento de culpa, saia da cadeia, espero que nosso amigo WAG seja inocentado

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  7. sou seu concorrente e posso afirmar que o mesmo sempre foi muito honesto, trabalhador e sua empresa conceituada, muito triste isso, espero que ele consiga sair dessa, trabalhar por 30 anos e depois parar numa situação dessas.

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  8. EMPRESA ILICITA ??? Antes fosse assim teriam dinheiro e não teriam funcionarios sem pagamentos, clientes sem conclusão de obras por falta de materia prima, e fornecedores com atrasos de recebimentos a muitos meses...EMPRESA ILICITA que vende e entrega obra e não RECEBE isso sim é revoltante p todos nós empregados!!!

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