quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Operação castanheira - Novo Progresso, às margens da BR-163, responde por 20% do desmatamento detectado em toda a Amazônia Legal.

O País vem obtendo avanços na luta contra o desmatamento da floresta amazônica, mas os órgãos de defesa ambiental precisam continuar atentos, pois ações criminosas continuam sendo praticadas diretamente pelos interessados na ocupação das áreas desmatadas ilegalmente ou por pessoas contratadas por eles.

A expectativa do Ministério do Meio Ambiente, porém, é de que haja uma queda a partir de setembro. Em comunicado à imprensa, o Ministério destacou os resultados de uma operação realizada no fim de agosto, considerada a maior ação repressiva ao desmate até agora, tendo como alvo o município paraense de Novo Progresso, às margens da BR-163, que responde por 20% do desmatamento detectado em toda a Amazônia Legal. Numa ação conjunta da Polícia Federal, Ibama, Ministério Público e Secretaria da Receita Federal, foram presos vários integrantes de uma quadrilha que desmatava assentamentos, terras indígenas e terras públicas para lotear e vender.

Segundo o diretor do Departamento de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano Evaristo, "desbaratamos a maior organização criminosa que explorava o desmatamento no sul do Pará. Agora, eles (os criminosos) não terão acesso ao dinheiro que financia o desmatamento".

Espera-se que a operação tenha o efeito de inibir os desmatamentos para ampliar a atividade pecuária em áreas de florestas legalmente protegidas. A pressão contrária, porém, é forte. Com o aumento dos preços da carne em razão do crescimento da demanda internacional, o plantio de soja, antes o maior responsável pela degradação florestal na Amazônia, cedeu lugar à pecuária, que, segundo o Inpe, ocupa 66% das áreas desmatadas. 

Também a sociedade se tem mobilizado, por meio de associações ambientalistas, para exigir que a carne vendida ao consumidor seja certificada. Em resposta, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) firmou recentemente acordo com o Ministério Público Federal para evitar a compra de carne bovina proveniente de áreas com irregularidades ambientais e sociais, como desmatamento, invasão de terras públicas e trabalho escravo.


Atenção ao desmatamento - Opinião - Estadão

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