O País vem obtendo avanços na luta contra o desmatamento da
floresta amazônica, mas os órgãos de defesa ambiental precisam continuar atentos,
pois ações criminosas continuam sendo praticadas diretamente pelos interessados
na ocupação das áreas desmatadas ilegalmente ou por pessoas contratadas por
eles.
A expectativa do Ministério do Meio Ambiente, porém, é de
que haja uma queda a partir de setembro. Em comunicado à imprensa, o Ministério
destacou os resultados de uma operação realizada no fim de agosto, considerada
a maior ação repressiva ao desmate até agora, tendo como alvo o município paraense
de Novo Progresso, às margens da BR-163, que responde por 20% do desmatamento
detectado em toda a Amazônia Legal. Numa ação conjunta da Polícia Federal, Ibama, Ministério Público e Secretaria da
Receita Federal, foram presos vários integrantes de uma quadrilha que desmatava
assentamentos, terras indígenas e terras públicas para lotear e vender.
Segundo o diretor do Departamento de Proteção Ambiental do
Ibama, Luciano Evaristo, "desbaratamos a maior organização criminosa que
explorava o desmatamento no sul do Pará. Agora, eles (os criminosos) não terão
acesso ao dinheiro que financia o desmatamento".
Espera-se que a operação tenha o efeito de inibir os
desmatamentos para ampliar a atividade pecuária em áreas de florestas
legalmente protegidas. A pressão contrária, porém, é forte. Com o aumento dos
preços da carne em razão do crescimento da demanda internacional, o plantio de
soja, antes o maior responsável pela degradação florestal na Amazônia, cedeu
lugar à pecuária, que, segundo o Inpe, ocupa 66% das áreas desmatadas.
Também a
sociedade se tem mobilizado, por meio de associações ambientalistas, para
exigir que a carne vendida ao consumidor seja certificada. Em resposta, a Associação
Brasileira de Supermercados (Abras) firmou recentemente acordo com o Ministério
Público Federal para evitar a compra de carne bovina proveniente de áreas com
irregularidades ambientais e sociais, como desmatamento, invasão de terras
públicas e trabalho escravo.
Atenção ao desmatamento - Opinião - Estadão
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