Eleições: o que virá depois da guerra?
Um assessor da presidente disse que a campanha eleitoral é
uma guerra. Se ela ganhar, o que virá depois da guerra?
Lula disse que esta será a eleição mais dura para o PT. Para
ganhá-la, o seu grupo está fazendo uma campanha que um dos assessores da
presidente chamou de guerra (ver na Folha de São Paulo). Mas, não é uma guerra
de ideias, pois a presidente sequer apresentou e não vai apresentar um programa
de governo.
Em vez de ideias, uma das principais armas da campanha tem
sido mentiras, especialmente contra Marina Silva. As mentiras têm incomodado
até empresários. Em filmes da campanha da presidente, atores representando
empresários aparecem comemorando supostas medidas a serem adotadas por Marina
que seriam contra o povo.
Empresários ouvidos pela Folha declararam que os argumentos
da campanha da presidente são ilógicos e que contradizem a sua suposta intenção
de reaproximação com o setor privado. Questionado, o assessor presidencial
disse a Folha que a campanha não pode ser racional, pois é uma guerra. A
prioridade seria ganhar a eleição e depois seria possível reconstruir as
pontes.
É assustador imaginar que essas pessoas podem continuar no
poder, tanto pelos seus métodos quanto pelos resultados.
O que virá depois da guerra se a presidente ganhar?
É difícil saber o que virá depois, pois a presidente não diz
claramente. Diz que terá mudança e já até demitiu um ministro por antecipação.
Porém, não diz o que fará em temas centrais para a economia.
Pelo histórico da presidente é provável que ela insista em
erros até que a realidade nos atropele. Isso aconteceu com as concessões de
portos e aeroportos. Como ela ganhou a eleição de Alcmkin criticando as
privatizações feitas pelo PSDB, ela só fez concessões depois do colapso nos
portos (lembram das filhas de caminhão de grãos esperando embarque) e do atraso
ou inexistência de obras em aeroportos. Para não admitir influencia do passado,
o governo crio uma guerra inútil de semântica sobre privatização e concessão.
Os erros da presidente na política macroeconômica também têm
cobrado um preço do povo. A inflação alta e o crescimento baixo têm contribuído
para a estagnação do bem estar, como mostra o gráfico aqui. Porém, a imprensa
tem noticiado que nem o Lula – que seguiu a cartilha de FHC abandonada por ela
– tem conseguido que ela mude. Portanto, é provável que ela insista nos erros
até que as condições se tornem insustentáveis como inflação ainda mais alta e
aumento do desemprego.
Se você discorda da guerra da mentira, é hora de entrar na
guerra pela verdade.
Paulo Barreto
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