Desdobramento da operação “Tempestas”
Houve desdobramento
da operação “Tempestas”, que desarticulou organizações criminosas que atuam
em vários Estados brasileiros no “esquentamento” de madeira ilegal e sua introdução
no mercado. Chegarão em Belém os
indivíduos que foram presos em Sinop(MT), foram presos Charles Andrei Mezetti,
37 anos, Cleverson dos Santos, 39 anos. Um é o cracker, que atuava no furto de
créditos das empresas e o outro é dono de empresas fantasmas. Moravam em
Santarém e, depois das fraudes, tinham ido embora para o Mato Grosso. Só no
Pará foram presos 12 envolvidos, do total de 14. Atuavam na Região
Metropolitana de Belém, Tailândia, Tucuruí, Novo Progresso, Marabá, Itaituba e
Santarém, justamente em municípios que apresentaram índices relevantes de
desmatamento. Os danos ambientais giram em torno de R$23 milhões. Em Novo
Progresso foi preso Thiago Antonio Duffeck Faversani.
Foram cumpridos 45 mandados judiciais, sendo 24 de busca e
apreensão, 14 de prisões preventivas (12 no Pará), 2 prisões temporárias e 5
conduções coercitivas(duas no Pará). As determinações foram expedidas pelo
juízo da Vara de Combate ao Crime Organizado.
A operação é fruto da parceria entre Receita Federal, Sefa,
o Batalhão de Polícia Ambiental, Polícia Rodoviária Federal, Ministério Público Federal e Ministério
Público Estadual, via Gaeco, coordenado pelo promotor de justiça Mílton
Menezes. O esquema agia em diversos pontos interligados, desde a criação de
empresas fantasmas (sem base física), de fachada (que realizavam atividades
lícitas e ilícitas) e apresentação de planos de manejo fraudulentos,
conseguindo de forma ilegal os créditos florestais, que posteriormente eram
comercializados entre os chamados “papeleiros” para "esquentar" a
madeira com guias florestais com dados
falsos, por meio da atuação de crackers, a fim de ocultar a origem ilícita do
produto florestal, possibilitando assim a revenda da madeira a preços mais
competitivos.
Alguns dos investigados já foram alvos das Operações
CrashWood (PC/MPE/SEMAS), Amazônia Legal (PC/MPE/SEMAS), Madeira Limpa (PF/MPF)
e Tabebuia (PF/Ibama/MPF).
Um dos investigados, residente no Paraná, atuava como dono
de fato de empreendimento no Pará, adquirindo créditos florestais de empresas
“fantasmas” e de “fachada”. Tal empreendimento já foi, inclusive, citado em
relatório de uma ong ambiental internacional como uma das 45 empresas
exportadoras que receberam madeira de 22 serrarias que comercializavam madeira
ilegal em todo o País.
O município de Novo Progresso desponta entre os que sofreram
maior degradação por desmatamento, apesar do Programa de Redução de Gases do
Efeito Estufa e Desmatamento Ilegal (PREGEED), da Semas, que visa combater o
desmatamento através de políticas públicas e ações de comando e controle. Além
da Operação Tempestas, este ano já foi realizada a Operação Gaia, que culminou
com a lavratura de procedimentos policiais por crimes ambientais e a apreensão
de cerca de 8.500 m3 de madeira ilegal, no interior do Pará. Além disso, em
novembro de 2015 foi assinado o Protocolo de Intenções da Rede de Inteligência
da Amazônia Legal, composta pelo Pará, Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão,
Rondônia, Roraima, Tocantins e Mato Grosso. A organização funcionará como eixo
de conexão e de cooperação entre os estados, e será responsável por subsidiar o
trabalho em prol do fortalecimento do sistema de gestão, controle,
monitoramento, fiscalização e levantamento de informações na área ambiental.
Fonte: com base em matéria
Postado por Franssinete Florenzano