OPERAÇÃO TEMPESTAS DESARTICULA CRIMINOSOS QUE FRAUDAVAM
CRÉDITOS FLORESTAIS
Belém, 28/04/16 – Desarticular a atuação de uma organização
criminosa especializada em lavagem de produtos florestais que atuava em
diversos estados do Brasil, inclusive no Pará, foi o objetivo da ‘Operação
Tempestas’.
A ação foi realizada nesta quinta-feira, 28, pela Secretaria de
Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) em conjunto com a Polícia Civil e
Ministério Público do Estado do Pará. Ao todo foram cumpridos 45 mandados
judiciais de busca e apreensão, prisões preventivas e temporárias, além de conduções
coercitivas.
As determinações foram expedidas pelo juízo da Vara de
Combate ao Crime Organizado, em decorrência de investigações que estavam
ocorrendo desde 2014, quando a Semas e a Polícia receberam denúncias do setor
madeireiro que apresentavam irregularidades no que diz respeito a emissão de
guias florestais, além de movimentação de créditos fraudulentos. Inicialmente
as diligências tratavam o caso de forma isolada, porém, durante investigação
percebeu-se que se tratava da atuação de uma organização criminosa.
O esquema agia em diversos pontos interligados, criando
empresas fantasmas (sem base física) e de fachadas (realizavam atividades
lícitas e ilícitas) que adquiriam de forma ilegal créditos florestais,
expedindo documentos com dados falsos, ocultando a origem ilícita com intenção
de “esquentar” a madeira ilegal, possibilitando a revenda do material a preços
mais competitivos no mercado.
A operação contou ainda com participação da Receita Federal,
Batalhão de Policiamento Ambiental da Polícia Militar, Polícia Rodoviária
Federal (PRF) e Ministério Público Federal (MPF), além da Secretaria da Fazenda
(Sefa), que realizou levantamentos de informações sobre as empresas envolvidas.
“Verificamos dados cadastrais e de emissão de documentário fiscal como subsídio
à ação da Semas e da Polícia,” informou o diretor de Fiscalização e auditor de
receitas estaduais, Célio Cal Monteiro.
“Averiguamos que algumas das empresas investigadas já haviam
sido declaradas suspensas do cadastro da Sefa, e também que as empresas emitiam
documento fiscal cumprindo todas as formalidades legais, mas sem que houvesse a
circulação de mercadoria. Ou seja, havia empresas fantasmas simulando a venda
de produtos florestais. A partir de agora, com as informações adicionais
recebidas, vamos aprofundar o trabalho fiscal visando trazer de volta ao Estado
os recursos subtraídos”, explica Célio.
Os mandados da Operação Tempestas foram cumpridos também nos
estados do Mato Grosso, Maranhão, Paraná e Sergipe. No Pará, a busca e
apreensão de criminosos foram realizadas na Região Metropolitana de Belém e nos
municípios de Tailândia, Tucuruí, Novo Progresso, Marabá, Itaituba e Santarém –
regiões que apresentam relevantes índices de desmatamento. Participaram da
operação cerca de 100 policiais civis.
O Secretário Adjunto de Regularidade Ambiental da Semas,
Thales Belo, ressaltou que a participação das instituições parceiras é
fundamental. “Essa é mais uma atuação que reflete o posicionamento do estado no
combate ao desmatamento, sendo uma ação conjunta e fortalecida com vários
órgãos parceiros e outros estados do país”, ressalta.
A Sefa estima que a fraude tributária chegue a R$ 50
milhões. No que se refere aos danos ambientais quantificáveis, apenas a fraude
central investigada causou prejuízo estimado em R$ 23 milhões, referente a
31.713,897 metros cúbicos de madeira. Para comparação, isso equivale a 5.300
árvores derrubadas ilegalmente, que lotaria cerca de 1.300 caminhões.
Além desse prejuízo, há outros danos ao meio ambiente
difíceis de mensurar, já que os reflexos ambientais do desflorestamento ilegal
englobam a perda da biodiversidade, degradação de mananciais, aterramento de
rios e lagos, redução do regime de chuvas, redução da umidade relativa do ar,
aumento do efeito estufa, comprometimento da qualidade da água e
desertificação, entre outros impactos ambientais.
A Operação Tempestas faz parte do Programa de Redução de
Gases do Efeito Estufa e Desmatamento
Ilegal (Pregeed), lançado em 2015 pelo Estado do Pará. O objetivo é frear o
desmatamento através de políticas públicas e contribuir com os compromissos
assumidos pelo Brasil durante a COP 21 – acordo global assinado em Paris que
visa reduzir a emissão de gases de efeito estufa no mundo. Este ano a Semas
realizou anteriormente a Operação Gaia, que culminou no combate de crimes
ambientais no município de Moju, no Pará, e apreensão de cerca de 8.500 metros
cúbicos de madeira ilegal.
Ascom Semas
Dois homens, de 37 e 39 anos, foram presos na manhã desta
quinta-feira (28) em Sinop, na Operação Tempestas,
deflagrada pela Polícia Civil no Pará, Mato Grosso, Maranhão, Paraná e Sergipe.
A operação tenta combater crimes ligados a uma organização criminosa
especializada em fraudes ambientais no ramo de comércio de madeira .
De acordo com a Polícia Civil, foram presos Charles Andrei
Mezetti, 37 anos, Cleverson dos Santos, 39 anos. Com eles apreendidos
equipamentos eletrônicos como pendrives, notebooks, HD's e documentos que podem
se referir à contabilidade dos suspeitos. Também foram cumpridos mandados de
busca e apreensão.
“Eles estão sendo
acusados de fraudar sistema e furtar crédito florestal para empresas e repassar
para outras empresas para vender o crédito e madeira ilegal. São fraudadores,
eles já foram presos no Pará no ano passado e vieram pra Mato Grosso”.
Charles e Cleverson já foram interrogados e devem ser
recambiados para Belém, no Pará. A dupla era o único alvo da operação em Mato
Grosso.
Em Novo Progresso foi preso Thiago Antonio Duffeck Faversani.
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