segunda-feira, 1 de março de 2010

País pode dobrar agricultura sem desflorestar

Brasil pode dobrar área agrícola sem derrubar uma única árvore. O país conta com aproximadamente 200 milhões de hectares de pastagens e 70 milhões de hectares utilizados na produção agrária. Mas, pesquisa realizada pela WWF-Brasil, a pedido da Allianz Seguros, revela que 30% do espaço aberto pela pecuária, ou 70 milhões de hectares, podem ser convertidos em áreas para produção de grãos e cana de açúcar, sem prejuízo da criação de gado ou necessidade de desmatar florestas.
Segundo relatório da ONG, se o processo atual de produção de grãos e de matérias-primas para biocombustíveis continuar, nos próximos 10 anos essas atividades irão se expandir alcançando mais 10 milhões de hectares, sobretudo, no bioma Cerrado.
As áreas da atividade pecuarista, que podem ser cedidas à agricultura, são pastagens já degradadas. E segundo o pesquisador da Embrapa Sudeste, Alberto Bernardi, a recuperação do solo é economicamente inviável aos criadores. Entretanto, a partir do plantio e rotação de culturas de milho, soja, sorgo e feijão, é possível manter a composição química do terreno.
O sistema mais indicado para incentivar a produtividade agropecuária no país é o de Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). A partir dele, é possível plantar capim e receber o gado nos meses em que não é época de plantio de soja ou milho. Entretanto, o tempo de maturação entre uma atividade e outra é diferente. O coordenador da Comissão de Sustentabilidade Socioambiental, da Associação dos Produtores de Soja do Mato Grosso (Aprosoja), Ricardo Arioli, explica que o desenvolvimento da soja ocorre em 120 dias, mas, na última safra, o estado conseguiu a maturação em 100 dias. Em contrapartida, o tempo médio entre nascimento e idade de abate do gado é de 48 meses, segundo o diretor executivo da Associação dos Proprietários Rurais do Mato Grosso (APER-MT), Paulo Resende.

Amazônia.org

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