SEMA E POLÍCIA FEDERAL APURAM FRAUDE NA COMERCIALIZAÇÃO E
TRANSPORTE DE MADEIRAS
Belém, 06/11/13 – A primeira parte da ação da Secretaria de
Estado de Meio Ambiente (Sema) em parceria com a Polícia Federal (PF) para
investigar fraudes no Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos
Florestais (Sisflora), gerenciado pela própria Secretaria no Pará, foi
concluída nesta quarta-feira (6). Um dos resultados foi a condução coercitiva
de um servidor da área de tecnologia da Sema para depoimento na sede da PF e a
paralisação de todos os serviços de comércio e transporte de produtos florestais
na Sema até a perícia da Polícia concluir o trabalho de coleta de dados das
operações realizadas no Sisflora.
O servidor é suspeito de ter instalado um captador de senhas
no computador da gerente de gestão florestal da Sema – a responsável por movimentações
de créditos de madeira no Sisflora – o que permitiu que créditos de madeira em
tora de determinadas empresas do Oeste do Pará fossem transformados em créditos
de madeira serrada, o que aumentava o volume de produtos florestais
comercializáveis e permitiam que créditos virtuais fossem utilizados para
acobertar madeira explorada de áreas não autorizadas ou de desmatamentos em
áreas protegidas do Estado.
Essa ação, dentro das atividades da Polícia Federal, foi
incluída na Operação Térmita II, iniciada há um ano, para investigar grupos
formados por empresas e servidores públicos envolvidos em fraudar documentos
para comercializar produtos florestais de origem ilegal em todo o país. O dano
ambiental está avaliado em cerca de R$ 2 bilhões.
A denúncia partiu da gerente do Sisflora, que ao fazer seu
relatório diário, percebeu a movimentação de créditos no sistema que, apesar de
não ter sido feita por ela, foi acessado através da senha dela. Ao detectar a
fraude, a servidora fez comunicação à Corregedoria Ambiental do órgão, que
repassou as informações à Polícia Federal. Há indícios de que um segundo
servidor da Sema esteja envolvido na fraude, e ele também está sendo
investigado pela PF.
As informações sobre este assunto foram esclarecidas pelo
secretário adjunto da Sema, Hildemberg Cruz, em entrevista coletiva na sede da
Polícia Federal, com a presença da corregedora ambiental da Secretaria,
Rosângela Wanzeller; do coordenador jurídico da Sema, Thalles Belo; do chefe da
Delegacia de Combate de Crimes Ambientais, Décio Ferreira; do chefe de
Delegacia de Combate ao Crime Organizado, Uálame Machado; e do superintendente
regional da Polícia Federal no Pará, Valdison Rabelo.
Na operação, foram cumpridos 44 mandados, deferidos pela 9ª
Vara Federal de Belém/PA, especializada em crimes ambientais, sendo sete
preventivas, 16 conduções coercitivas e 21 de busca e apreensão em sedes de
madeireiras e residências dos investigados nos municípios paraenses de Belém,
Altamira, Itaituba, Santarém e Alenquer, além de cidades de Minas Gerais e Mato
Grosso.
Os investigados serão indiciados pelas práticas de crimes
ambientais, formação de quadrilha, corrupção ativa e concussão. Dentre os alvos
da operação estão além dos dois funcionários da Sema, três servidores da
Secretaria de Estado da Fazenda do Pará (Sefa), e empresários do ramo
madeireiro.
Ascom Sema
(91)
3184-3341
A informação foi confirmada através de nota emitida pela
assessoria de imprensa da Polícia Federal, segundo a nota, os três empresários e mais
quatro técnicos do setor madeireiro, presos na manhã de ontem em cumprimento a
sete mandados de prisão preventiva expedidos pela 9ª Vara Federal de Belém
(PA), serão indiciados pelas práticas de crimes ambientais, formação de
quadrilha, corrupção ativa e passiva e concussão.
Foram presos os empresários Alcemir Moura, que já foi preso anteriormente
pelo mesmo crime, Eldon Pantoja e Paulo Roberto Marinato.
Sete pessoas presas.
Elas são empresários conhecidos no segmento de extração de madeira na região
Oeste do Pará. Entre eles, Paulo Roberto Marinato; Alexandre Perez Loretto;
Arley Cândido de Souza; Adeilson Belém Gama; Carina Dal Col e Eldo Pantoja dos
Santos.
Todos foram autuados e devem responder judicialmente por
crime ambiental, após serem acusados de atuar na extração ilegal de madeira, na
região de planalto e rios, em Santarém.
Além das sete pessoas presas, outras 09 foram detidas
através de mandados de Condução Coercitiva, entre elas, Leandro José de Souza
Costa; Iran Estumano Pereira; Juarez Augusto Rezende Alves; Márcio Silva
Gusmão; Peter Garcia e; Zuleide Silva dos Santos Maia.
Durante a operação, a Polícia Federal efetuou a suspensão de
várias empresas, entre elas, Indústria e Comércio de Madeiras Canta Galo;
INFAPA (Indústria de Faqueados do Pará Ltda EPP); Indústria Comércio de Madeira
Gedalla Ltda EPP; Madeireira Anhanguera Ltda; Madeireira Brasil – M. Silva
Gusmão ME; Madeireira Babilônia Indústria Comércio e Exportação de Madeiras
Ltda ME; MSG Madeiras Ltda ME; Mdecronos Comércio Indústria e Exportação LTDA
ME; Madeireira Batista LTDA ME; Conselmad Comércio e Indústria de Madeiras – A.
PEREZ LORETTO ME; Paraminas Comércio e Exportação de Madeira LTDA; Irajá
Indústria Comércio e Exportação de Madeira Ltda; Oliveira e Martinelle Ltda ME
e Madeireira Madegama e Andreina Madeireiras Ltda ME.
O dano ambiental está avaliado em cerca de R$ 2 bilhões.
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