Ipê – o novo mogno
O grupo de espécies conhecidas como ipê tem sido considerado
como o “novo mogno” por serem madeiras altamente procuradas e valorizadas no
mercado, além de estarem sendo coletadas de forma muito semelhante. Uma árvore
grande de ipê apresenta flores cor-de-rosa, roxas, amarelas ou brancas brilhantes
em setembro – distinguindo-se do resto das outras árvores da época. É uma madeira
valiosa e conhecida por sua durabilidade, força e resistência natural ao
envelhecer.
O ipê cresce na Amazônia em uma área de dispersão, aparecendo,
em média, uma árvore a cada dez hectares. Isto significa que grandes áreas de
floresta precisam ser abertas para acessar esta espécie valiosa.
Ironicamente, o ipê é, sobretudo conhecido por ser uma
árvore plantada em diversas cidades brasileiras. É considerada a“espécie típica
do Brasil”, e parte integrante da história indígena como a madeira usada para a
fabricação de arcos e flechas.
A casca do ipê também é conhecida por suas propriedades medicinais
pelas indústrias farmacêuticas e pela medicina tradicional, além de ser usada
como remédio para úlceras, câncer e artrite, entre outras doenças.
A madeira do ipê tem sido considerada a melhor opção para a
produção de pavimentos comerciais e residenciais, frequentemente dada como uma
alternativa “verde”, pois não requer tratamento com produtos químicos tóxicos. O
ipê – também conhecido como noz brasileira ou lapacho – é vendido como deques e
pisos. Nos Estados Unidos, é usado por muitos píeres icônicos e calçadões em
lugares como Nova Jersey, Califórnia e Nova Iorque (incluindo a Ponte do
Brooklyn). Na Europa, ele tem sido usado como pavimentos em edifícios
importantes, incluindo o World Trade Center em Genebra e a Biblioteca Nacional
de Paris (Bibliothèque François Mitterrand). No Brasil, o ipê é encontrado em
muitas cidades e recentemente foi usado como piso na Biblioteca Presidencial do
Palácio do Planalto. Mesmo deixando de lado o impacto da exploração madeireira
ilegal, espécies de ipê estão em sério risco de sobre-exploração.
As empresas madeireiras têm permissão para derrubarem 90%das
espécies de tamanho comercial já adulto, com um segundo corte permitida após 35
anos. No entanto, estima-se que, depois de uma derrubada inicial de 90% das
espécies, levaria pelo menos 60 anos para uma única espécie (Handroanthus
impetiginosus) recuperar os volumes comerciais nos níveis da pré-colheita.
O ipê é hoje a madeira tropical brasileira mais valiosa, e
está entre as mais caras no mundo. Enquanto os volumes de ipê colhidos e
exportados diminuíram nos últimos anos, o preço continua a aumentar – o que tem
direcionado os madeireiros cada vez mais para dentro da floresta em busca dela.
Preços do ipê no início de 2014:
Painéis em toras (doméstico): US$ 169 por metro cúbico.
Madeira serrada (doméstico): US$ 859 por metro cúbico.
Madeira serrada (exportação, portos FOB Belém/Paranaguá): US$
1.294 por metro cúbico.
Produto de valor acrescentado-placas para deques (exportação,
portos FOB Belém/Paranaguá): US$ 2.330 por metro cúbico.
O ipê atualmente é a mais valiosa
espécie tropical brasileira e está entre as mais caras do mundo. Depois de ser
beneficiada e exportada para a construção de deques, ela vale 13 vezes mais do
que quando recém-cortada.
DE: A crise
silenciosa da Amazônia.
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